I Can't Take My Eyes Off You

quela semana estava sendo um verdadeiro inferno. Não tinha conseguido desempacotar todas as suas coisas ainda, havia deixado Caitlin convencê-la de sair no sábado e então encontrara quem menos desejava encontrar na face da terra, Tyler.


Estava morrendo de raiva da amiga por não lhe contar que ele estava lá, mas sabia que se ela o tivesse feito, Abby nunca teria ido para Yale. Isso era um fato, mas nada justificava a mentira, ou omissão, da amiga.

Passara o domingo todo na casa do pai, com seu irmão e filho, tentando desistir de tudo e voltar para Atlanta, mas o pai não a deixara. Dizia que ela precisava ser forte e enfrentar o Maddox, que fugir não era a melhor forma.

Ok ela até poderia ficar, mas nunca permitiria que ele chegasse a um centímetro de seu filho. Isso era demais pra ela.

Respirou fundo e entrou na biblioteca, começara o semestre meio atrasada, precisava estudar ao máximo e ali estava ela, com uma lista enorme de livros que o professor havia passado para ela. Sentou-se em uma mesa, e depositou os livros, perdida, sem saber por onde começar, quando de repente um aviãozinho pousou em sua frente.

Deu um pulo de sua cadeira assustando-se. Pegou o papel e desdobrou lendo a mensagem. Achou estranho no primeiro momento e então levantou a cabeça e começou a procurar de onde vinha o bilhete até que avistou Bennet.

Sorriu timidamente, levantou-se, pegou seus livros e caminhou até a mesa onde ele estava. Sentou-se a sua frente e levantou o aviãozinho no ar.

- Já inventaram o SMS, sabia?

Mordeu o lábio, essa era a primeira coisa boa que lhe acontecia desde que se mudara para New Heaven.

ra impossivel não sorrir perto de Bennet. Ele era tão fofo com ela, tão gentil, e as coisas entre eles eram tão simples que isso trazia paz a moça. E paz era algo que definitivamente Abbigail precisava no momento.

Uma senhora passou por eles, mandando-o fazer silêncio. Encolheu os ombros e riu baixinho enquanto ele fingia-se de indignado. Ele então pegou sua cadeira e colocou ao lado da dela, e aquela proximidade era tão boa e confortável. Que todos os seus problemas poderiam ser esquecidos.

- Ok, eu realmente apreciei o aviãzinho – disse ela baixinho - E minha semana foi realmente chata, mudança, e muita correia com as matérias perdidas.

Ela apontou para os livros ao seu lado. Tinha realmente muita coisa a ser feita ainda, mas ela não tinha a menor vontade que fosse. E resolveu também deixar Tyler de fora do assunto, não queria ter que dar explicações a ele sobre seu passado. Então sorriu.

-E a sua semana, sr. Darcy? – disse aproximando-se mais dele - Como foi?

bservava-o minuciosamente enquanto ele falava se sua semana, gostava de vê-lo falar. Na verdade gostava de vê-lo de qualquer forma. Então ele se levantou, puxando-a pra cima junto consigo, levando-a para o fundo da grande biblioteca. Ela ria, e então ele virou-se para trás fazendo um “shhh”, para que ela risse mais biaxo.
Colocou a mão livre sobre os lábios para conter o riso, e então continuou acompanhando-o, até que pararam numa parte bem ao fundo da biblioteca, pouco movimentada. Ele então a encostou numa alta estande de livros de anatomia. Riu quando ele disse que estava quase decorando os títulos.

- Ah é? – disse ela enquanto ele enfiava seu nariz no pescoço dela – tem trazido muitas calouras aqui?

Provocou-o, enquanto beijava-lhe o pescoço levemente. Afastou a cabeça, a fim de fazê-lo olhar para ela, e quando ele o fez, ela tratou de esquecer toda a merda com Tyler, e beijou-o docemente nos lábios.

udo com Bennet era são fácil e sincero que ela não tinha medo de se entregar. Ela podia ver a verdade por traz daqueles olhos claros dele. Ao contrário de Tyler, Bennet era um homem de verdade.

Tratou de aproveitar cada momento com ele, sorrindo quando ele lhe dizia que os únicos corpos que o levavam até ali eram corpos mortos. Riu baixinho contra seus lábios, divertindo-se da situação.

- Acho que vou aceitar essa sua proposta de vir aqui mais vezes. – disse ela baixinho. Encarou-o por um momento, olhando em seus olhos - Preciso confessar uma coisa – fingiu-se preocupada e então fez uma careta - Senti sua falta essas semana.

Benn então a beijou e ela esqueceu de todo o resto, passou a mão por seus cabelos , acariciando sua nuca. Aquela definitivamente era uma sensação diferente, afinal por dois anos ela não passava por nada romântico em sua vida. O único amor que sentia era por seu pequeno filho. Mas agora decidira que estava na hora de se permitir amar outro alguém.

er Bennet daquela forma, tão feliz quanto ela se sentia a deixava tranquila. Já havia sofrido tanto até aquele momento que tinha um certo medo de se envolver novamente com alguém. E queria que tudo desse certo entre eles, então quando sentiu a perna esquerda dele, entre as suas, e um volume encostar em seu corpo, Abby estremeceu ficando um pouco tensa.

Afastou levemente a cabeça, para olhá-lo melhor, e quando ele, sorrindo, perguntou o que precisava fazer para tê-la por completo, e que estava disposto a pedi-la em casamento, os olhos de Abby saltaram, um tanto quanto assustada. Não sabia o que pensar naquele momento.

- Porque está fazendo isso? – ela perguntou meio confusa, afinal, se ela não o conhecesse, diria que ele queria casar com ela apenas para leva-la para a cama, mas então aquilo soava como Tyler, a diferença é que Tyler nunca a pediria em casamento, bom, na verdade ele nunca precisou, ela fora forra demais – Quero dizer, nos conhecemos a três semana, Benn.

Afastou-se dele e começou a caminhar, de um lado para o outro, pelo corredor onde eles se encontravam. Dar um passo desse era tão louco para ela, e mesmo que ele estivesse brincando, para Abby era assustador. Ela tinha um filho, um filho que ela havia apresentado para ele como irmãozinho adotivo. E se um dia eles chegassem a casar de verdade, que desculpa daria para levar Henry para morar com eles? Ou teria que deixar seu filho com seu pai? Não, isso nunca!

Milhares de pensamentos borbulhavam na cabeça dela. Coisas que ela sabia que era inútil pensar agora, mas isso havia deixando-a nervosa. Ela estava sofrendo por antecipação. Respirou fundo e então parou, encarando-o, precisava ter controle de tudo isso.

- Só tenha paciência, ok? – pediu a ele, tentando não surtar – Tenha calma, é só o que te peço.

lhou para Bennet por um longo momento enquanto ele se desculpava, sabia que ele estava chateado e arrependido com o que dissera. E de repente algo se acendera dentro de Abby, sobre o modo como ele se desculpava.
Bennet estava achando que Abby era virgem! Oh my God! Ela com certeza não era mais virgem, tinha até um filho. E agora o que ela faria? Como se sairia dessa? Deixaria acumular mais uma mentira a sua cota de mentiras? Bom, a verdade ela não podia lhe falar.

Aproximou-se dele, e colocou uma mão em seu braço. Ela se sentia mais calma, então foi fácil dar um sorriso, por menor que ele fosse, ainda assim era um sorriso.

- Olha, esse não é um assunto pra se falar aqui - ela olhou em volta apontando a biblioteca - Podemos falar disso depois, com mais calma ok?

Sorria para que ele pudesse confiar que ela estava bem com isso. Não queria lhe dizer ali, naquele momento que ela não era mais virgem, mas também não lhe contaria a história toda.

- Que tal sairmos daqui? - ofereceu - Vamos tomar um café, ou dar uma volta pelo campus. Pode ser? Não conheço nada aqui ainda.