And I miss you love

stacionou o carro na entrada da nova casa dos Adler e correu para dentro. Estava super apressada, com o coração agitado dentro de si, não agüentava mais de saudades do seu pequeno.

- Paaaaai – gritou ela assim que passou pela porta de entrada – Chegueeeei.

Deixou sua bolsa em cima da mesinha, no hall de entrada, e então duas mãos gordinhas agarraram suas pernas, chamando-a de mamãe e abrindo um enorme sorriso sem seu rosto. Pegou Henry no colo e encheu-lhe de beijos e dando um abraço apertado.

- Como você está meu pequeno? – disse em meio aos beijos – Senti tanta sua falta.

- Tamém –respondeu ele, dizendo que também sentira sua falta.

Antes de ir para a Yale, Abby havia sentando com Henry e explicado que durante a semana eles se veriam pouco. Que ela iria escola, assim como ele também iria. Mas que ela iria sempre que possível ficar com ele. E ele dissera quem entendera e que tudo bem, mas ela sabia que ele não entendia muito.

Levou-o para sala onde ele estiva antes dela chegar, sentou-se no chão com ele e brincaram, comeram, e assistiram desenho até que desse 16h. Quando Abby o levou para tomar banho, trocou-o colocando um shorts jeans, uma camiseta que ele adorava do Batman e um all star vermelho. Deixou-o com seu pai enquanto tomava banho e vestia um vertido vermelho de florzinhas brancas, fez uma leve maquiagem e foi para sala esperar por Bennet.

Contou a seu pai sobre aquela semana, como fora a escola, contou sobre o reencontro com Bennet, e sobre Tyler estar lá também. Disse que pensou em desistir de tudo, e mudar-se de novo, mas sabia que não seria bom para Henry todas aquelas mudanças, e que não poderia ficar fugindo a vida toda. Seu pai concordou e então a campainha tocou.

- Olá sr. Darcy – disse ela sorrindo assim que abriu a porta para Bennet - Entra

Deu um leve beijo em seus lábios e deu passagem para que ele entrasse.

orriu quando viu Henry chegar e agarrar nas pernas de Bennet e esticar as mãozinhas para a caixa que o rapaz carregava, que por sua vez colocou a caixa no chão na frente do menino e disse que era toda dele.

Seu sorriso se abriu ainda mais quando o garoto olhou para ela, com seus olhinhos brilhando. Mordeu o lábio o olhou para Benn, que estava abaixado, ajudando Henry abrir a caixa. Moveu os lábios em um "obrigada", quando o rapaz a olhou.

Abaixou-se, ficando no mesmo nível deles. Passou as mãos no cabelo de seu filho, arrumando-o, depois que Bennet havia bagunçado.

- Como se fala, Henry? - disse ela para o filho - Como a... - ia dizer mamãe, mas deteve-se - Como foi que eu te ensinei?

Tentou corrigir antes que ele percebesse, e parecia ter dado certo. Henry gaguejou um "bigado", e voltou sua atenção para os carrinhos. Viu-o pegar quatro dos brinquedos nos braços e correu para sala, onde estava seu avô, provavelmente para mostrar a ele.

Levantou-se e foi atrás do menino, mas não sem antes olhar longamente para Bennet, agradecendo novamente por ter feito seu menino feliz.

- Vamos pequeno? - disse para o filho - Quer tomar sorvete?

Henry largou o carrinho na hora e correu de volta para Abby, que o pegou no colo e o encheu de beijos. Voltou para o hall de entraga, sendo seguida por seu pai, que cumprimentou Bennet.

- Vamos? - ela disse para o rapaz que esperava por eles - Tenho um pequeno louco por sorvete nos braços.

Achou estranho que Bennet dissera para que eles fossem na frente e que logo os encontraria lá, mas mesmo assim não questionou, saiu com Henry para fora da casa e assim foi com o garoto para a sorveteria, que ficava a algumas quadras dali.

Assim que chegaram, colocou seu filho no chão, que correu para dentro da sorveteria, grudando as mãozinhas gordinhas no vidro que o separava de seu tão esperado sorvete. Aproximou-se dele e abaixou-se para ficar no mesmo nível que ele.

- Qual você vai querer meu amor? - mas ela já sabia a resposta, ele queria de chocolate. Levantou-se e encarou a moça que aguardava para anotar o pedido. - Dois de chocolate trufado com calda quente.

Olhou para Henry, que a observava entusiasmado, e piscou. Deu a mão para ele, que aceitou de bom grado e foram sentar-se lá fora, em uma mesa com um grande guarda-sol de praia, todo colorido. Colocou Henry sentado em uma cadeira e então sentou-se ao seu lado.

Enquanto esperavam o sorvete chegar, Abby viu Bennet se aproximar. Sorriu para ele e disse que não pediu o sorvete dele, pois não sabia do que ele gostava. Ele entrou, fez seu pedido e então voltou, sentar-se com eles, ao lado da garota.

Ele pegou em sua mão, depositou um beijo carinhoso e suave ali, e então disse que precisavam conversar. Franziu o cenho olhando para ele. Ele parecia sério, mas seu olhar transbordava diversão. Achou estranho aquilo, mas concordou com a cabeça.

O sorvete deles chegaram e Henry ficou todo agitado em sua cadeira, batendo palminhas, pedindo por seu sorvete. Abby riu, se divertindo com o menino, deu o sorvete na mão dele e a colher, e deixou que ele fizesse a maior lambança possível. Bennet olhou incerto para a cena, e ela apenas deu os ombros.

- Gosto de deixá-lo a vontade - sorriu - Divertir-se a sua maneira, mesmo que isso implique em roupas, mãos e rosto sujos.

Não queria ser daqueles tipos de mães chatas e controladoras, que não deixam a criança brincar ou se sujar porque não queriam ter o trabalho de limpar depois. Ele era apenas uma criança, deveria agir como tal. Quando Henry estava bem distraído com seu sorvete, voltou sua atenção para Bennet.

- O que queria conversar, sr. Darcy? - perguntou ela provando de seu próprio sorvete.

Mas congelou assim que ouviu a vozinha de seu pequeno, a seu lado, chamá-la: "Mommy". Engoliu seco e virou-se pra ele, fechando os olhos com força. Quando abriu novamente encontrou o pequeno todo sujo de sorvete apontando para o chão. [i]"Caiu!", foi apenas o que ele disse, sobre sua colher. Abby, roboticamente, lhe deu a sua, e pediu outra para a garçonete, que trouxe prontamente.

Quando olhou de volta para Bennet, ele a olhava completamente confuso. Então ela respondeu, o que havia planejado a algumas horas, caso isso acontecesse, rezando para que ele acreditasse nela.

- Ele acha que sou mãe dele - disse sussurrando para que Henry não ouvisse - E as veze ele é mais como meu filho do que irmão - deu um risinho nervoso - Sabe como é né.

Voltou a comer seu sorvete em silêncio, esperando pela próxima reação dele. Agora tinha duas opções, ou ele aceitava a mentira dela como verdade, ou ela o perdia para sempre. E naquele momento ela esperava de todo coração que fosse a primeira opção.

bby temeu que Bennet fosse enchê-la de perguntas sobre Henry, mas ele apenas assentiu, e ela suspirou aliviada. Mas então um longo minuto se passou, e ambos permaneceram em silêncio. Ficou apreensiva achando que aquele fosse o fim da única coisa boa que acontecera em sua vida, além de Henry.

Talvez ele tivesse desconfiado que ela fosse a verdadeira mãe do menino ao seu lado, e se ele quisesse se afastar dela por isso, não podia culpá-lo, primeiro porque ela mentira pra ele, segundo porque ele não tinha que ficar com ela, afinal ela tinha um filho, não ele.

Mas então, para sua surpresa, Bennet quebrou o silêncio, chamando por ela. Ela olhou para ele, ainda apreensiva, mas então o medo mudou rapidamente para um sentimento novo. Bennet estava se declarando para ela, e do jeito mais encantado, que só ele conseguia, ele a pediu em namoro.

- Ai meu Deus, Bennet – ela não conseguia conter o sorriso, por mais que quisesse – Você... Você tem certeza disso?

Mordeu o lábio, com medo de que ele estivesse brincando com ela, ou agindo por impulso. Eram tanto os pensamentos rodopiando em sua mente. É claro que ela queria namorar com ele, porque ele era perfeito, um verdadeiro cavalheiro, e ela estava verdadeiramente encantada por ele. Então quando teve a certeza de que ele falava sério, seu sorriso se abriu ainda mais.

- Eu aceito – disse confirmando com a cabeça – E claro que aceito namorar com você, sr. Darcy.

Ela estava verdadeiramente feliz. Inclinou-se para ele e beijou seu rosto, perigosamente perto de sua boca. E quando ele a olhou confuso, ela inclinou a cabeça, apontando para Henry. E gesticulou com os lábios um “depois” carregado de segundas intenções.

- Mas Benn – disse ficando um pouco séria – Tem certeza meeeesmo? Quero dizer, minha vida é tão louca e desequilibrada.

ordeu o lábio inferior, podia ver um pouco de dúvida e confusão nos olhos de Bennet, e sabia que a culpa era sua. Sabia que precisaria contar a ele sobre Henry, contar a verdade, se ele iria ficar em sua vida, precisava saber da verdade.

Soltou o ar que prendia e olhou longamente para ambos, e então ouvi-lo falar que ela era uma das três pessoas certinhas que ele conhecia, doeu-lhe profundamente. O que ele faria quando descobrisse que de certinha ela não tinha nada? Será que era mesmo uma boa ideia contar a ele?

Olhou para o sorvete e deu um sorriso fraco. Naquele momento, Abby queria sumir, sentia-se com vergonha de Bennet, como alguém tão sincero, carinhoso e honesto, podia estar com ela, uma mentirosa.

Ele então perguntou se ela tinha certeza, pois de acordo com Benn, ele era o cara mais entediante da face da terra, e ela tinha que discordar.

- Ahh sem chances - ela afirmou olhando para ele [color=#ff66cc]- Você não é entediante, e bom, não é como se eu tivesse uma vida social agitada.

Deu um sorriso para deixá-lo mais tranquilo, indicando seu filho com a cabeça. Gostava muito dele, e bom decidira que contaria tudo e se ele não aceitasse Henry, bom pelo menos sofreria menos, agora que estavam no começo de tudo. Virou-se para Henry.

- Já terminou o sorvete meu amor? - viu o garotinho balançar a cabeça confirmando. Pegou alguns guardanapos de papel que estavam sobre a mesa e limpou como pode as mãos do menino, e então virou-se para Bennet - Podemos ir? Quero conversar com você e acho que aqui não é muito apropriado.

Vai que ele começasse a gritar com ela. Ele era fofo e tudo mais, e não parecia ser do tipo explosivo, mas era bom estarem em um lugar reservado. Sem falar que aquele não era assunto para criança ouvir.

orriu todo o caminho para casa, enquanto via seu filho as gargalhada, nos ombros de Bennet. Talvez o rapaz, que era seu namorado a poucos minutos, não ficasse tão irritado, ou bravo, talvez ele gostasse da ideia, como gostava de Henry. E era isso que Abby, secretamente, desejava.​

Chegaram a casa de seu pai e, assim que Benn colocou Henry no chão, o menino saiu correndo para a cada. Abby tentou seguí-lo, com medo que ele caísse ou se machucasse, mas Bennet segurou-a delicadamente pelo antebraço. Quis soltar-se e seguir o garoto, mas ele já havia entrado, então limitou-se a virar para o namorado e encará-lo.

Toda a coragem que havia reunido para contar tudo a ele se foi, quando ele dissera que ela não deveria dizer nada pressionada. E era daquela forma que ela se sentia. Sentia-se obrigada a dizer a ele sobre Henry, porque ele a pedira em namoro.

Se dependesse dela, ela nunca diria que tinha um filho. Não por vergonha do menino, mas por medo de Tyler descobrir. Morreria se ele quisesse reivindicar seu precioso menino. Nunca permitiria.

Mordeu o lábio apreensiva, e concordou com a cabeça. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que dizer a ele. Pressentia que seu segredo não duraria muito tempo, mas torcia com unhas e dentes que nunca tivesse que fazê-lo. Encostou a cabeça no peito dele e apenas sussurrou.

- Preciso te dizer algo - sua voz era tão baixa e apreensiva que duvidava que ele estivesse ouvindo-a - Mas não estou pronta Bennet. Não sei se consigo. Não posso dizer isso agora.

Estava muito aflita, tanto que sentia um enorme aperto no peito. Não queria esconder isso dele, mas também não podia falar. Ele acabara de entrar em sua vida, e não é que não confiasse nele, mas Henry era seu filho, seu bem mais precioso, não podia colocar o menino no fogo só por causa de um namoro.